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Como uma técnica simples resolve orelha de abano do bebê



Técnica simples resolve orelha de abano no bebê

Indolor, moldagem deve ser feita logo após nascimento e dura quase dois meses

Por falta de informação, pais deixam de adotar procedimento simples de correção, que pode evitar cirurgia plástica no futuro.

CONSTANÇA TATSCH DA REPORTAGEM LOCAL

Às vezes, um pequeno detalhe na aparência de uma criança pode render brincadeiras e gozações dos coleguinhas.

A orelha de abano é um exemplo, e pode ser corrigida, com uma técnica bastante simples, durante os primeiros meses de vida do bebê.

A moldagem existe há mais de uma década, mas não é procedimento comum principalmente por falta de informação das famílias, dos pediatras e da dificuldade de o cirurgião plástico ter acesso ao bebê. Com um pouco de algodão ou silicone, o cirurgião plástico ou o pediatra acerta o formato das dobras da orelha.

Um esparadrapo serve para prender a orelha na mastóide -o osso que fica atrás da orelha. Esse procedimento, simples e barato, é indolor.

De acordo com o cirurgião plástico Alexandre Piassi Passos, que trabalha nos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, a moldagem deve começar logo nos três primeiros dias de vida, quando a cartilagem está ainda mais mole por causa das altas taxas de estrogênio materno que estão no bebê. Não há consenso sobre a idade limite. Alguns médicos afirmam que é possível fazer a moldagem até os quatro meses.

O curativo deve ser mantido durante todo o tempo, e a moldagem demora cerca de dois meses. Com isso, a orelha fica com as dobras certas e na distância correta da cabeça. “Isso é comprovado cientificamente”, afirma Antonio Graziosi, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

“Não é só o abano. Isso corrige também outras deformidades”, afirma Max Pereira, cirurgião plástico da Unifesp.

Segundo ele, a técnica não é muito utilizada primeiro pela dificuldade de acesso do cirurgião plástico ao paciente.

“Outro ponto é a falta de informação da família e até do pediatra. O problema acaba passando e só vai se resolver quando a criança cresce”, aponta.

É essencial que a família seja orientada por um profissional capacitado, que vai ensinar detalhes técnicos para garantir o sucesso do tratamento.

“Muitas mães têm o hábito de pregar a orelhinha com esparadrapo sozinhas, mas nós somos contra, porque a pele do bebê é muito delicada e o esparadrapo pode ferir ou causar uma reação alérgica”, afirma Jocileide Campos, presidente do departamento científico de cuidados primários da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Segundo ela, a maioria dos pediatras não conhece a técnica de moldagem.

Otoplastia

Quando a moldagem não é feita, a solução é a cirurgia plástica -conhecida como otoplastia-, que pode ser realizada após os cinco anos. Ela é feita pela parte de trás da orelha. A cartilagem geralmente é raspada, e depois são dados pontos.

A otoplastia é a cirurgia plástica estética mais precoce que se pode fazer. Os resultados costumam ser até melhores em crianças do que em adultos.

O pós-operatório é um pouco delicado. O paciente pode sentir dor e pode haver inchaço. Grande parte dos médicos ainda recomenda o uso de faixa -como a de um tenista- por cerca de um mês durante o dia. À noite, o cuidado precisa ser maior: demora-se mais para abandonar a faixa.


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